Transporte sob medida

Em meio as suas necessidades, os cidadãos querem e precisam se deslocar, seja em seus automóveis ou motos, ou por outras maneiras

Os serviços de ônibus urbanos no Brasil vivem um dilema que compromete toda a sua funcionalidade – qualificam-se ou mantêm-se estagnados, perdendo cliente a cada momento que passa. Esperar o ônibus no ponto, para muitas  pessoas, deixou de ser fundamental para seus deslocamentos. A competitividade aumentou, sendo que o modal não tem acompanhado essa   evolução frente às novas opções de mobilidade, sejam elas coletivas ou individuais.

A tecnologia dos aplicativos de transporte, meios não motorizados, como caminhadas, bicicletas e patinetes (a nova onda?), e o transporte individual (automóvel e motocicletas) vêm, a cada dia, aumentando sua participação na vida dos cidadãos urbanos. E o transporte público parece não perceber o avanço desses modos junto à uma constante quebra de braço relativa aos custos operacionais, o reajuste das tarifas e a omissão do gestor municipal quanto a promover um novo formato para os serviços de ônibus.

Em meio as suas necessidades, os cidadãos querem e precisam se deslocar, seja em seus automóveis ou motos, ou por outras maneiras, desde que encontrem um bom atendimento e alcancem o mais rápido seus destinos. Esse consumidor tem uma nova opinião a respeito de sua mobilidade e não quer mais ser tratado com descaso.

Para tentar reverter esse quadro negativo quanto a piora de sua imagem, o setor de ônibus urbano (operadores), tem proporcionado, timidamente, algumas iniciativas objetivando não perder seu passageiro. Uma delas é oferecer o serviço sob demanda com a operação de veículos menores, do tipo vans ou micro-ônibus, que agregam maior qualidade e que podem ser utilizados por meio de aplicativos que calculam a rota e preço a desembolsar pelas viagens.

Mesmo que ainda tenham de enfrentar certos desafios, como as vias congestionadas das grandes cidades, essa nova categoria confere mais comodidade ao usuário em comparação aos usuais serviços convencionais de ônibus. Não chega ser uma modalidade porta a porta, mas buscar ter atratividade.

Entretanto, mesmo que a realidade dos deslocamentos seja outra, disruptiva (rompimento com o tradicional), como muitos especialistas gostam de mencionar, o transporte de massa feito pelo modal ônibus precisa passar por reajustes operacionais, recebendo do poder público maior atenção e qualificação no que tange a flexibilidade, rapidez nas viagens, tarifas equilibradas com a qualidade dos serviços, informação/comunicação, acessibilidade e caráter ambiental. 

Temos ônibus sob medida, mas não contamos com medidas que tornem a funcionalidade do modal atrativa, moderna e… disruptiva.

Imagem – Jorge dos Santos

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