Projeto de integração do transporte

A revista AutoBus conversou com Célio Sztoltz, diretor técnico da Suderf, a respeito do objetivo de melhorar e modernizar o sistema metropolitano de transporte coletivo de Florianópolis

A região metropolitana de Florianópolis (SC) quer criar um sistema integrado em seu sistema de transporte coletivo. Para isso, pretende lançar uma licitação dos serviços locais, municipais e intermunicipais, de caráter urbano, abrangendo oito municípios da área continental, que terão um novo contrato de concessão em seus serviços. A capital catarinense já conta com seu sistema licitado, por isso não fará parte nessa primeira etapa de integração.

Dos 150 mil passageiros que se utilizam diariamente dos serviços, 70% deles se deslocam pelas linhas intermunicipais e por não existir nenhuma integração os sistemas, há muita dificuldade para os usuários. Por si só, a operação se  tornou ineficiente, de baixa qualidade e com tarifas inadequadas, já que a maioria das linhas vão para a capital, com enorme sobreposição entre elas. A coordenação do futuro sistema será da Superintendência de Desenvolvimento da Região Metropolitana da Grande Florianópolis (Suderf).

Projeto de integração do transporte

A revista AutoBus conversou com Célio Sztoltz, diretor técnico da Suderf, a respeito desse projeto que tem como objetivo melhorar e modernizar o sistema metropolitano de transporte coletivo, incentivando seu uso e a promoção de uma qualificação veicular com metas de redução das emissões poluentes.

Revista AutoBus – Como os organizadores desse futuro plano de mobilidade vê a questão do aumento da velocidade ao modal, aspecto observado no desempenho?

Célio Sztoltz – A região já possui um plano de mobilidade metropolitano (PLAMUS), que definiu diretrizes e ações e mapeou centenas de intervenções para melhoria da mobilidade na Região Metropolitana da Grande Florianópolis (RMF).

O aumento de velocidade do transporte coletivo é uma de muitas variáveis relacionadas à melhoria do sistema e atração de novos usuários. Temos um projeto de PPP pronto para execução e manutenção das infraestruturas (corredores de BRT, viárias e complementares) dedicadas ao transporte coletivo da região, entre outros.

AutoBus – Quais outras infraestruturas contribuirão com o sucesso do projeto?

Sztoltz – Corredores de BRT, faixas preferências e exclusivas de ônibus, terminais de integração, ITS, sistema de informações ao usuário, gestão associada do transporte metropolitano, comunicação e participação social nas diversas etapas, etc.

AutoBus – O novo projeto quer contemplar o uso de tecnologias alternativas na tração dos veículos. É de consenso dos participantes a adoção de medidas que visam a redução da poluição? No caso, novas tecnologias são mais caras que a tradicional a diesel. Haverá algum fundo financeiro que compense os investimentos?

Sztoltz – É de consenso dos participantes a adoção de medidas de redução da poluição. A região do projeto (oito municípios) possui a peculiaridade de não ter contratos de concessão em vigor, portanto tudo o que está sendo desenvolvido será parte de uma nova licitação para um novo sistema integrado. As empresas que operam os serviços atualmente vem participando de algumas discussões, mas o operador do novo sistema será o ganhador da nova licitação. Cada tecnologia está sendo avaliada com cuidado e com números atuais. Existem trabalhos muito recentes que demonstram a competitividade financeira de algumas tecnologias nos dias de hoje, portanto nem todas são mais caras que o diesel. De qualquer forma, qualquer incremento de custo relacionado às novas tecnologias será devidamente compensado na remuneração das futuras empresas operadoras.

AutoBus – Pensa-se em modernizar as configurações dos ônibus, com tipos de maior porte ou dotados de motorização traseira, suspensão pneumática, transmissão automática e piso baixo?

Sztoltz – Sim. Temos uma equipe específica trabalhando exclusivamente com o detalhamento dos veículos. Como a frota atual da região tem idade média muito avançada (devido à falta de contratos), muitas melhorias no conforto dos veículos serão introduzidas pelo novo sistema. 

AutoBus – Na integração tarifária, também haverá um fundo financeiro para compensar as operações?

Sztoltz – Sim. O contrato de concessão detalhará as compensações.  

AutoBus – Com toda essa transformação prevista, haverá uma redução do número de ônibus em operação?

Sztoltz – Inicialmente prevíamos a redução do número de veículos, devido ao aumento de eficiência da operação, mas ao longo do projeto vimos que o melhor caminho seria manter o número total de ônibus e melhorarmos a oferta e qualidade do sistema, com novas linhas e mais horários. Portanto, teremos um número similar de ônibus rodando, mas com aumento da oferta.  

Imagens – Divulgação

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