Para NTU, o transporte não dissemina o Covid-19

Para se chegar a constatação do estudo, o levantamento realizado pela NTU teve como base a variação da demanda por transporte, calculada por ela, e os dados do SUS (Sistema Único de Saúde) durante 17 semanas, entre as semanas epidemiológicas 14 e 30, de 29 de março a 25 de julho de 2020

Em recente evento virtual, onde reuniu a imprensa e formadores de opinião, a Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) divulgou o seu estudo técnico “Análise da Evolução das Viagens de Passageiros por Ônibus e dos Casos Confirmados da Covid-19”, trabalho que avaliou os dados coletados do número de passageiros transportados em 15 sistemas de transportes públicos urbanos por ônibus no Brasil e a incidência de casos confirmados de Covid-19 nas mesmas cidades pesquisadas. De acordo com a entidade, o estudo concluiu que não há evidências de que o aumento do número de passageiros transportados levou a um aumento do número de casos.

O levantamento avaliou 15 sistemas de transportes: Belém-PA; Belo Horizonte-MG (municipal); Belo Horizonte-MG (intermunicipal metropolitano); Curitiba-PR; Curitiba (intermunicipal metropolitano); Fortaleza-CE; Goiânia-GO; Macapá-AP; Natal-RN; Porto Alegre-RS; Recife-PE; Rio de Janeiro-RJ (municipal); Rio de Janeiro (intermunicipal metropolitano); Vitória-ES e Teresina-PI. Juntos, esses sistemas possuem alta representatividade no cenário nacional, pois são responsáveis pela realização de mais de 325 milhões de viagens de passageiros por mês, ou 13 milhões de deslocamentos diários de pessoas. Isso corresponde a 32,5% do total de viagens de passageiros realizadas em todos os 2.901 municípios brasileiros atendidos por sistemas organizados de transporte público por ônibus (IBGE, 2017).

Para o presidente-executivo da NTU, Otávio Cunha o transporte coletivo é condenado por alguns formadores de opinião como foco de disseminação do coronavírus. “Criou-se um senso comum de que o uso do transporte coletivo expõe ao maior risco de contágio e isso tem assustado as pessoas, influído no funcionamento do sistema de mobilidade urbana das cidades e prejudicado a realização de atividades essenciais. Hoje, conhecemos melhor os fatores relacionados à disseminação e as medidas que devem ser tomadas para a minimização destes riscos à população. Queremos preservar a saúde de passageiros e colaboradores, além de garantir o acesso ao transporte público, atividade essencial à economia e à vida de milhares de brasileiros que dependem desse serviço para sua locomoção”, observou.

Para se chegar a constatação do estudo, o levantamento realizado pela NTU teve como base a variação da demanda por transporte, calculada por ela, e os dados do SUS (Sistema Único de Saúde) durante 17 semanas, entre as semanas epidemiológicas 14 e 30, de 29 de março a 25 de julho de 2020. Os dados do SUS foram agregados em semanas epidemiológicas para que fossem estabelecidos os mesmos referenciais às demandas de viagens realizadas por passageiros no transporte público por ônibus. Tal análise foi realizada comparando-se os casos confirmados de Covid-19 observados sete dias após a demanda transportada, considerando que, em caso de contaminação do passageiro durante a viagem, este seria o prazo médio entre a eventual infecção e a detecção da contaminação por testes. Não foi observada associação entre o número de passageiros transportados por ônibus e o aumento do número de casos.

Imagem – Reprodução

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