O setor de micro-ônibus se destaca neste momento

Em conversa com Walter Barbosa, diretor de Vendas e Marketing Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, as perspectivas sobre o mercado de ônibus, com os seus desafios frente a pandemia do novo coronavírus, não são tão otimistas para 2021

De acordo com o executivo, os nichos que mais sofreram com o impacto negativo causado pela pandemia são o urbano e o rodoviário, apresentando o nível operacional que fica em 55% e 40% em suas operações, respectivamente, em relação aos volumes praticados até 2019. Em termos de comercialização, até o final de abril deste ano, o total de chassis emplacados no Brasil atingiu a marca de 1.048 unidades de chassis urbanos e 194 chassis rodoviários (participação MB 734 e 131, respectivamente). “Hoje, o urbano enfrenta uma situação mais difícil do que o ano passado, em virtude de não mais encontrar suporte financeiro vindo dos governos e das instituições bancárias. Muitos sistemas estão com desequilíbrio em suas receitas, tendo constantes prejuízos em suas atividades. Apenas os serviços que contam com alguma subvenção ainda se mantém em certo equilíbrio”, observou Walter.

Já no caso do transporte rodoviário, o momento não se difere muito, porém, os operadores podem flexibilizar suas operações, alocando os seus veículos para outros serviços, como o de fretamento. “Entendo que esse segmento poderá apresentar certa recuperação a partir do próximo mês de setembro, com possibilidade do aumento dos volumes de passageiros transportados nas férias entre dezembro e janeiro de 2022. Mas, tudo dependerá de como estará o processo de vacinação da população brasileira”, disse Walter.

Negócios promovem algum ânimo

Mas, nem tudo está perdido no setor. Walter Barbosa destaca o transporte fretado como diferencial nas vendas, fato que vem se mostrando o lado positivo desde o final de 2020. Muitos setores da economia brasileira se mantêm ativos, necessitando de meios para o deslocamento de seus funcionários. “Entre abril do ano passado e deste ano, houve um aumento de 80% nos emplacamentos de ônibus para esse segmento. No mercado geral, foram emplacados 641 chassis”, completou. A Mercedes-Benz comercializou 376 unidades.

O que surpreende nestes primeiros meses de 2021 é o segmento de micro-ônibus, com 1.095 unidades emplacadas. “Esse número não inclui as unidades destinadas para o transporte escolar. O referido volume está associado ao transporte fretado, turístico, urbano e para pequenos empresários. Isso mostra que está surgindo no mercado micros operações de logísticas em função da queda de demanda dos passageiros”, observou Walter.

No que tange ao transporte escolar, por meio de compras governamentais, de janeiro a abril deste ano foram emplacadas 1.045 unidades, com um crescimento de 212% em comparação ao mesmo período de 2020. “O total de micro-ônibus neste ano é de 2.397 veículos, ante 4.472 chassis emplacados no geral”, sintetizou o executivo.

Num cenário que joga por terra qualquer expectativa de mercado em 2021, é possível pensar em novidades, tanto em modelos de chassis, como na adoção de trações alternativas visando o transporte urbano? Para Walter Barbosa, os últimos lançamentos de produtos realizados pela Mercedes-Benz, atendendo a diversos nichos de operação, como algumas versões para o transporte rodoviário, em serviços de fretamento e, também, para o uso urbano, podem ser enfatizadas. “Esses chassis chegaram para completar nossa gama de veículos, idealizados para os diversos segmentos operacionais”.

Quanto à outras opções em termos de tração limpa, como a elétrica, por exemplo, o executivo da Mercedes-Benz comentou que o mercado ainda necessita definir um modelo de negócio que seja viável para a operação. “Enquanto os países do primeiro mundo contam com o apoio governamental em quesitos tecnológicos, de recarga elétrica e financeiros, aqui há um enorme desafio pela frente para a eletrificação em forma comercial. Ninguém irá investir em novos conceitos sem ter segurança. A eletromobilidade é um caminho sem volta, mas para a alcançarmos será preciso contar com o suporte de políticas públicas e planos estratégicos que permitem a implantação de diversos recursos tecnológicos e, também, promovam os investimentos necessários”, explicou Walter.

Caso haja demanda para esse tipo de propulsão nos ônibus urbanos, a Mercedes-Benz tem uma parceria com a empresa brasileira Eletra, desenvolvedora de tração elétrica.

Num panorama total do mercado (4.472 chassis emplacados), a Mercedes-Benz ficou com 36% de participação, com 1.606 unidades.

Imagem – Mercedes-Benz

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