“Não há plano B”

Ao revelar seu mercado em 2018, a Scania Brasil destaca o crescimento em seus negócios e a necessidade por uma mudança de conceitos na matriz energética do transporte feito pelo ônibus

Ao oferecer soluções, serviços e tecnologias que objetivam maior desempenho e rendimento para o cliente, a Scania Brasil chegou ao final de 2018 tendo o que comemorar, com crescimento que seguiu um planejamento determinado por sua administração em um mercado altamente competitivo, com foco na oferta de um atendimento diferenciado e bem mais próximo ao operador.

Nas palavras de Alan Frizeiro, gerente de Vendas de Ônibus da Scania no Brasil, houve uma movimentação de mercado que significou um crescimento importante para a montadora. “Terminamos 2018 em segunda posição no segmento rodoviário, com um crescimento de 50,9% em relação ao ano passado”, observou o executivo.

“Não há plano B”
Alan Frizeiro

Em números, a fabricante de origem sueca negociou no Brasil 667 chassis, sendo 620 das versões rodoviárias e 47 dos modelos urbanos, alta de 46% em um mercado que cresceu 23,1%, volumes indicados entre os meses de janeiro e novembro. Os chassis K360 (4×2) e o K440 (8×2) foram destaques nos negócios realizados, por entregarem um custo operacional otimizado e adequado aos serviços.  

A montadora tem uma expectativa positiva para o ano que vem. O mercado de ônibus para fretamento tende a ser um diferencial, com uma recuperação para esquecer os últimos anos em função de uma maior movimentação do setor industrial. “Esperávamos um crescimento de 10% para 2019, porém, há interesses já expressados pelos clientes que tendem a aumentar essa alta. E o mercado de fretamento também deve puxar isso. As perspectivas são muito boas”, disse Frizeiro.

Lembrando que a Scania tem em seu portfólio produtos e soluções que incorporam tecnologia que objetivam o suporte a toda operação, permitindo maior segurança aos seus clientes. 

Tripé ambiental

Para a Scania, o transporte sustentável precisa ter uma base composta por três pilares para haver sucesso na operação. Eficiência energética, combustíveis e trações alternativas e transporte seguro e inteligente. De acordo com Ciro Pastore, gerente de Desenvolvimento de Mercado de Ônibus Urbano da Scania, é essencial promover uma melhor eficiência energética nos produtos, alcançando redução no consumo e nas emissões poluentes, desenvolver veículos que funcionam com combustíveis alternativos e promover maior segurança e inteligência para otimizar as operações. 

“Não há plano B”
Ciro Pastore

“Em termos ambientais, não existe uma única opção para o mercado brasileiro. Neste momento, a Scania olha diversas soluções que podem ser viáveis, como o gás natural, o biometano, o biodiesel, o HVO e o etanol. São combustíveis com maturidade comercial ao transporte sustentável”, explicou Pastore. O referido HVO significa óleo vegetal tratado com hidrogênio ou biodiesel de segunda geração.

A montadora, como é de conhecimento, foca sua atenção hoje na motorização a gás natural/biometano como forma de redução das emissões poluentes em ambientes urbanos, afinal, a mobilidade sustentável é uma necessidade, pois até 2020, 90% da América Latina viverá em cidades e na atualidade, 6,5 milhões de pessoas morrem em função do ar contaminado. “Não há plano B para o que está acontecendo ao meio ambiente. É preciso reduzir as emissões poluentes e, para isso, há uma necessidade de se investir em tecnologias e combustíveis alternativos. Para nós, da Scania, o biometano apresenta uma viabilidade muito positiva em termos de transporte limpo, podendo ser obtido de várias fontes e que pode contribuir com essa diminuição dos gases”, comentou o executivo.

Pastore ressaltou a cidade colombiana de Cartagena que transformou seu sistema de transporte, adotando um modelo mais limpo de tração com o uso de ônibus a gás natural, com 600 unidades equipadas com motores movidos pelo combustível, sendo que a Scania forneceu cerca de 200 chassis. “Trata-se de um exemplo que pode ser adotado em outras cidades na América Latina que buscam um transporte sustentável”, disse o executivo. “Os resultados têm sido muito benéficos para o ambiente e a saúde pública”.

“Não há plano B”
Transcaribe, de Cartagena

A experiência com gás natural da montadora vem desde a década de 1940. Ela já forneceu mais de 3.500 unidades no mundo todo, sendo Colômbia, Espanha e Suécia os principais mercados. O Brasil tem um amplo potencial para se transformar em um grande mercado de transporte que utilize o gás natural ou o biometano, pois tem extensas reservas e fontes de produção de ambos os combustíveis.

É preciso investir na maior exploração, produção e em políticas públicas que incentivem seu maior uso nos sistemas urbanos. Por enquanto, a eletrificação do modal ainda está um pouco distante de nossa realidade e o biometano ou o gás natural poderiam servir de ponte nessa via para a eletromobilidade. “Estamos defendendo uma rota tecnológica que traz um histórico não muito positivo. Porém, tudo isso mudou com a evolução em muitos aspectos que envolvem a operação. As cidades brasileiras precisam de tecnologias viáveis em termos econômicos e ambientais, fato que podemos contribuir a curto prazo. Temos uma expectativa muito positiva quanto a isso”, destacou Eduardo Monteiro, responsável pela área de Desenvolvimento de Mercado de Ônibus Urbano da Scania.

A montadora lembrou que está buscando a certificação de seu chassi com motorização a gás por meio de universidades que comprovarão os efeitos positivos na redução das emissões. “Tanto o biometano, como o gás natural, apresentam excelente resultados no quesito da menor emissão de poluição local, eliminando 90% de material particulado e 90% de óxido de nitrogênio. Entretanto, queremos ir além da nossa certificação já feita por institutos europeus. Por isso estamos procurando mais estudos junto as universidades. Neste momento, estamos conversando com a Universidade de São Paulo e a Unicamp”, adiantou Monteiro.

Não custa lembrar que a Scania realizou há pouco tempo sua maior venda de chassis urbanos equipados com propulsores a gás natural, que também podem ser abastecidos com biometano, para Bogotá (Colômbia). São 481 chassis, sendo 302 unidades do modelo biarticulado e o restante da versão articulada.  

Imagens – Divulgação / Scania

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