Mercado sente o impacto da pandemia

Mesmo com o momento nada favorável à retomada do mercado de ônibus, a Marcopolo enxerga na sustentabilidade ambiental do transporte a oportunidade para novos e futuros negócios

Uma das maiores encarroçadoras de ônibus do Brasil e do mundo revelou seus números relacionados ao primeiro trimestre de 2021. A Marcopolo ressaltou a redução de seus negócios frente ao crítico momento causado pelo Covid-19. A produção consolidada da companhia foi de 3.016 unidades no período, sendo 2.586 no Brasil (12% inferior à 2020) e 430 no exterior (14,2% abaixo do volume do ano passado). Já a produção total de ônibus no País caiu 32,6% no comparativo anual, totalizando 3.065 unidades no primeiro trimestre deste ano, sem incluir os ônibus do modelo Volare.

A fabricante segue líder na produção brasileira, com 51,6% de participação. Segundo ela, além do fretamento, as vendas ao poder público também permanecem aquecidas, impulsionadas pelo programa federal Caminho da Escola. No primeiro trimestre foram entregues 761 unidades para o programa – 397 micros, 40 urbanos e 354 modelos Volare. “As entregas ao programa continuarão no segundo trimestre e deverão alcançar volume próximo ao total que vencemos na licitação de 2019, 4.800 unidades. Aguardamos a publicação de novo edital para a licitação do Caminho da Escola 2021/2022”, observou José Antonio Valiati, CFO e de Relações com Investidores da Marcopolo.

No tocante à outros segmentos, o executivo da empresa comentou que o mercado de rodoviários e micros também deverá ser beneficiado a partir do segundo semestre com a reabertura de escolas e universidades e com a retomada do turismo. A receita líquida da Marcopolo somou R$ 834 milhões, uma redução de 9,3% ante o primeiro trimestre de 2020. O lucro bruto atingiu R$ 100,5 milhões, com margem de 12%. O EBITDA totalizou R$ 23,5 milhões, com margem de 2,8%. O prejuízo líquido foi de R$ 14,7 milhões, com margem de -1,8%.

Em relação ao mercado externo, o cenário não é muito gratificante. As exportações totalizaram 427 unidades no primeiro trimestre deste ano, contra 648 unidades no mesmo período do ano passado. Outros negócios, com o continente africano, tem parte dos pedidos sendo transferida do primeiro para o segundo e o terceiro trimestres. As operações na Austrália e na Argentina apresentam perspectivas positivas. O mercado australiano está praticamente normalizado, enquanto que o argentino continua necessitando renovar a frota de ônibus urbanos. “A Marcopolo Argentina deverá continuar apresentando volumes crescentes à medida que a planta consolida a sua expertise na produção de urbanos, lembrando que essa fábrica se dedicava somente a rodoviários”, disse Valiati.

Mercado sente o impacto da pandemia

Mesmo com o momento nada favorável à retomada do mercado de ônibus, a Marcopolo enxerga na sustentabilidade ambiental do transporte a oportunidade para novos e futuros negócios. Recentemente, ela produziu o primeiro veículo leve sobre pneus (VLP) 100% elétrico do Brasil, em parceria com a BYD, e já forneceu cerca de 370 unidades elétricas e híbridos para diversos países, incluindo Argentina, Austrália e Índia, sendo 75 veículos em circulação no território brasileiro. Para a marca, a redução da emissão de gases de efeito estufa é um compromisso dos países, firmado no Acordo de Paris, e reforçado pelo presidente norte-americano, Joe Biden, na última semana na Cúpula do Clima, com a participação de 40 nações. No encontro, foram reforçados os compromissos com as medidas que vão ajudar a evitar que a temperatura do planeta se eleve acima de 1,5°C em cem anos.

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