Mesmo em um momento até certo ponto duvidoso da economia brasileira, a encarroçadora gaúcha Marcopolo revelou seu balanço que compreende ao primeiro trimestre de 2019, com um crescimento de 17,5%, tendo receita operacional líquida de R$ 898,6 milhões, contra R$ 764,8 milhões, registrados no mesmo período de 2018. As vendas no Brasil tiveram um salto de 23,3%, para R$ 411,3 milhões. Já o lucro líquido retraiu 12,7% e totalizou R$ 27,0 milhões, contra R$ 30,9 milhões, no ano anterior.

A produção brasileira de ônibus no primeiro trimestre teve uma evolução, diferentemente de outros anos, pois é um período histórico e sazonalmente mais fraco. Para a marca, isso demonstra a continuidade do processo de recuperação do mercado. “A Marcopolo ampliou a produção em mais de 23% neste primeiro trimestre, passando de 2.489 unidades para 3.072 unidades, entre todos os modelos feitos no Brasil. Deste total, quase 1.000 foram para clientes do exterior”, disse José Antonio Valiati, CFO e diretor de Relações com Investidores da Marcopolo.

Em linhas gerais, houve crescimento em todos os segmentos, menos no de rodoviários, que apresentou retração de 12,2% na comparação trimestral. Segundo a fabricante, tal desempenho reflete uma acomodação após a antecipação de demanda provocada pela norma de acessibilidade de outubro de 2018, de obrigatoriedade do elevador nos veículos, sendo que a perspectiva é de normalização dos pedidos de ônibus rodoviários, com a estabilidade de volumes até o final deste ano. Já no segmento de ônibus urbanos, o crescimento foi de 15,1%, o que demonstra a elevação de demanda e o bom momento das exportações desses modelos, especialmente em função do câmbio e de compras voltadas à renovação da frota na cidade de Santiago, Chile. Para a Marcopolo, outro fator que deve contribuir com a demanda do segmento ao longo do ano é a conclusão do processo de licitação das linhas da cidade de São Paulo, prevista para o primeiro semestre deste ano.

Ainda em relação ao período, destaque para a entrega de 488 veículos ao programa Caminho da Escola, sendo 170 micros, 147 urbanos e 171 modelos Volare. O volume faz parte da carteira de quase mil unidades previstas para o primeiro semestre deste ano e se refere à licitação realizada em fevereiro de 2018. Quanto ao segmento de micro-ônibus, a expansão nas vendas foi de mais de 100%, com 585 unidades fabricadas, contra 291, no mesmo período do ano passado, sobretudo pela demanda de clientes do mercado nacional, principalmente por pequenos frotistas.

As plantas externas também tiveram bons desempenhos, como a unidade mexicana Polomex, com um crescimento de 155,6%, e da coligada colombiana Superpolo, com alta de 65,5% na comparação trimestral, beneficiada pela renovação da frota de Bogotá, na Colômbia.

Imagem – Ronaldo dos Santos