Caxias do Sul licitará seu transporte coletivo

Assim como a maioria das cidades brasileiras, o transporte coletivo local ressaltou a operação com linhas radiais, que fazem o deslocamento entre os bairros até a área central do município

Cidade localizada na serra gaúcha e segundo maior polo metalmecânico do Brasil, sendo sede de empresas líderes em segmentos de transporte de cargas e passageiros, como Marcopolo, Agrale e Randon, Caxias do Sul lançou as bases para o processo de licitação de seu sistema de transporte coletivo. O município, que conta hoje com mais de 517 mil habitantes, tem um potencial de captar até 150 mil passageiros por dia, observando, porém, perda de parcela significativa do volume de passageiros em decorrência do valor elevado da tarifa (considerada insuficiente para que a operadora suporte o serviço com qualidade e rentabilidade, fato que abriu caminho para o surgimento de opções, como aplicativos, e adoção de formas diversas de mobilidade, como o uso da bicicleta). “Precisamos encontrar a equação mais próxima da ideal para a recuperação da confiança dos usuários, com serviços de qualidade, ágil, comprometido com horário e preço justo, suportável pelo passageiro e que garanta uma operação lucrativa”, disse o prefeito Adiló Didomenico.

Hoje, em linhas gerais, o atual sistema conta com uma frota de 220 veículos, com diversas configurações, atendendo a 89 linhas em toda a área urbana da cidade. Segundo informou a prefeitura de Caxias do Sul, de forma geral, a circulação acontece por meio de vias pavimentadas, a maioria em asfalto e paralelepípedos, e parte em 10 km de corredores feitos de concreto rígido, localizados na área central para suportar veículos de grande porte. Os corredores em concreto rígido estão recebendo investimento de R$ 5 milhões e serão ampliados para 13,16 km até julho de 2021. Ainda, segundo o prefeito, há uma nítida intenção, com esse novo processo, de qualificar ainda mais o sistema atual por meio de veículos com tecnologias modernas e infraestrutura viária que garanta a velocidade comercial alinhada aos objetivos dos usuários. “Com o aumento da ocupação, buscamos dar sustentação ao objetivo de redução do custo da tarifa, que também se dará pela retirada de algumas gratuidades, e pela adoção de incentivos públicos”, explicou. No tocante a valores das tarifas, Adiló afirmou que meta é criar condições para que a atual tarifa, de R$ 4,65, seja reduzida para o equivalente a R$ 3,50 ao longo do contrato.

Assim como a maioria das cidades brasileiras, o transporte coletivo local ressaltou a operação com linhas radiais, que fazem o deslocamento entre os bairros até a área central do município. Entretanto, a partir do ano de 2016, com o começo da operação das Estações Principais de Integração (EPIs) Imigrante e Floresta, bem como com a operação da linha de alta capacidade TR01 – Troncal, algumas regiões da cidade, como a leste e oeste, passaram a operar de forma troncalizada, com a necessidade de execução de transbordo dos passageiros nas EPIs. Esse sistema atende a cerca de 30% de todos os passageiros do sistema de transporte coletivo público urbano e contribuiu para a redução significativa da quantidade de ônibus nas ruas centrais do município. Visando aumentar esse modelo, a prefeitura tem projeto de implantação de mais duas EPIs. “Temos um sistema de qualidade, mas entendemos que é preciso avançar para ampliar a base de passageiros e repercutir positivamente nos resultados da operação. Corredores segregados, maior número de EPIs e terminais de qualidade ao longo dos percursos são medidas que buscaremos introduzir para tornar o serviço mais atrativo”, destacou o prefeito.

Observa-se ainda, no escopo das gratuidades encontradas no sistema, que esta sendo feito um estudo proposto pelo Poder Executivo, em parceria com o Conselho Municipal de Mobilidade, para reduzir esse aspecto e garantir rentabilidade à operação. Segundo informações, foi possível, nos últimos meses, uma sólida redução de gratuidades, que representavam mais de 30% dos usuários transportados no sistema. Exemplo disso é que, no mês de janeiro passado, as gratuidades representaram cerca de 20%, com estimativas de maior redução percentual com o aumento de usuários pós-pandemia.

Imagem – Prefeitura de Caxias do Sul

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