No Rio de Janeiro, a falência se tornou comum para os operadores de ônibus

Ainda, conforme destaca o Rio Ônibus, o transporte é atividade essencial para manutenção e retomada da economia. Mesmo diante do caos gerado pelo vírus Covid-19, o setor não parou, e vem fazendo sua parte

Desde 2015, até hoje, 17 empresas do transporte coletivo da cidade do Rio de Janeiro encerraram suas atividades, sempre pelo mesmo motivo: sufocamento financeiro por falta de passageiros pagantes e carência de ajuda do Poder Público para operação do serviço essencial à sociedade. A mais recente a deixar de atuar é a tradicional Viação Acari, que opera oito linhas no sistema, dentre as quais, 457 (Abolição X Copacabana), 650 (Engenho Novo X Marechal Hermes) e 607 (Cascadura X Rio Comprido).

De acordo com o Rio Ônibus, representante das transportadoras cariocas de passageiros, dentro de aproximadamente 30 dias, quando a empresa terá cumprido o aviso prévio, 600 trabalhadores rodoviários entram para a lista de desempregados brasileiros. Segundo a entidade, o setor de mobilidade urbana é um dos que mais emprega no País, e, desde o acirramento da crise financeira, vem sendo obrigado a reduzir seu quadro de colaboradores por impossibilidade de manter salários.

Ainda, conforme destaca o Rio Ônibus, o transporte é atividade essencial para manutenção e retomada da economia. Mesmo diante do caos gerado pelo vírus Covid-19, o setor não parou, e vem fazendo sua parte, encarando as incertezas e mantendo ativa a possibilidade de deslocamento da população. Porém, sem ajuda ou atendimento de nenhuma das esferas de Governo, o congelamento de tarifas há quase 30 meses e a queda de 50% dos passageiros pagantes desde março do ano passado, empresas como a Viação Acari não conseguem se manter em atividade por absoluta falta de caixa.

Paulo Valente, porta-voz do Rio Ônibus, disse que há um grande problema estrutural sistêmico que tende a levar outras empresas à mesma situação. “É hora de dar vida ao debate amplo, envolvendo sociedade civil, Ministério Público, Judiciário e integrantes específicos dos poderes Executivo e Legislativo municipais”, observou. Ainda, de acordo com suas palavras, o Sindicato das Empresas entende que há soluções viáveis para a recuperação do transporte por ônibus no Rio, bem como a retomada do patamar de qualidade ao serviço prestado ao cidadão. “Todo o planejamento, estudos e necessidades são apresentadas, enviadas e debatidas constantemente com Prefeitura, na busca por um cenário em que empresas cariocas não sejam obrigadas a fechar as portas, demitir funcionários e deixar de atender passageiros”, concluiu.

Outro triste detalhe é que ao longo dos últimos seis anos, 21 mil rodoviários ficaram desempregados na cidade. O setor conta, atualmente, setor conta com 19.000 funcionários, menos da metade do que tinha em 2015.

Imagem – Divulgação

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